18 fevereiro, 2009

Trocas e Baldrocas...



de Luísa Ducla Soares






Esta foi uma história trabalhada com um grupo de alunos muito especial. Alunos que já atingiram a maioridade, e que vivem "temporariamente" no Estabelecimento Prisional de Beja.



Melhorar as condições de vida nas prisões e promover a reinserção social dos reclusos é um dos objectivos do projecto de Alfabetização de que faço parte. É meu objectivo, também, apetrechar estes alunos de ferramentas que lhes permitam uma vivência plena como cidadãos.


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Aos pequenos alunos das Escolas do Agrupamento de Santa Maria e a todos os que estiverem interessados:





O que vos vou deixar aqui é um desafio, que foi igualmente lançado na nossa sala de aula.



A história trabalhada encontra-se aqui toda desordenada.


Reconstruam-na e reescrevam-na. Se quiserem ilustrem-na e entreguem à vossa professora.


Também poderíamos trocar os papéis, ou seja, depois de reconstrução da história, proponham-nos um trabalho, um desafio... aquilo que entenderem...


Eis então os bocados da nossa história:



A: Sem pesca e sem rabo, voltou à floresta. E nessa noite, para não variar, comeu sorvete, amaldiçoando a dona raposa, que, na Noruega como em Portugal, é gaiteira, matreira, trapaceira e engana os outros bichos de toda a maneira.





B: - Mas não tenho rede!- Faça como eu: use o rabo como cana de pesca. Abra um furo no lago gelado, meta lá o rabo de molho e quando sentir uma mordedela puxe depressa e com força.



C: Luzes apagadas nas casas, estrelas apagadas no céu. Como era negra a noite e ainda mais negra a fome. Então a raposa alongou os olhos para o mar. Baloiçavam os barcos com suas lanternas e, ao longe ondulando, aquelas luzes lembravam olhos de gato brilhando na escuridão. Pata ante pata, desceu à praia, escondeu-se atrás das dunas e ficou à coca. Era ainda madrugada quando os primeiros barcos aportaram. Entre os gritos dos pescadores, o alvoroço das redes a abrirem, carregadas de peixe, a raposa, num pulo, filou um bacalhau.



D: Chegara Dezembro. O frio cortava como uma faca e há muito que não farejavam carne pelas redondezas. Trincavam neve ao almoço, lambiam gelo ao jantar.Andava a raposa tão chupadinha que parecia um cabide com a pele pendurada, rabo caído a vassourar o chão, focinho afiado que nem ponta de Iápis acabado de aparar. Resolveu, então, arrastar-se de noite até à aldeia, rondar as capoeiras - galinhas recolhidas, fechadas a sete chaves. Rastejou aos currais - portas trancadas, o gado bem a recato.



E: Assim fez o urso. Raspou um furo no gelo, enfiou o rabo, à Iaia de cana, e esperou, esperou, esperou até que sentiu uma mordedela. Deu um salto de dor e olhou para trás, à procura do peixe.



F: Nem peixinho nem peixão. A água tornara a gelar e o rabo do urso ficara preso no bloco de gelo.



G: Nas terras da Noruega o Inverno é longo, longo. Desce do Pólo Norte, num arrepio: os lagos ficam gelados, lisos como espelhos, vergam-se as florestas ao peso mole dos flocos que caem, imobilizam-se as cascatas entre os rochedos e a terra esconde-se debaixo do grosso cobertor branco.As andorinhas, as cegonhas, os patos-bravos voam em bandos para as bandas do Sol, as renas esgravatam obstinadamente em busca da erva congelada debaixo da neve. Os esquilos, nas tocas, comem as avelãs que armazenaram no Verão, enquanto o urso, o lobo, a raposa descem das serranias.



H: Fugiu com ele bem preso nos dentes, pesado, enorme, ainda a escorrer água salgada.Ao chegar à orla da floresta encontrou o urso, de olhos pasmados, sentado na neve.- Ó comadre raposa, que bela pescaria a sua! Não me dá ao menos a guelra e a tripa do peixe?- Nos tempos que correm tudo é pouco, amigo urso, e como tenho frigorífico a comida não se me estraga. Por que não vai você à pesca?






Então mãos à obra e... FICAMOS À ESPERA!!!

Bibliotecas Escolares de Navarra


Um sítio a visitar...

...com uma série de recursos que podem ser muito úteis!

17 fevereiro, 2009

O Brincador



Texto de Álvaro Magalhães

Ilustrações de José de Guimarães

ASA Editores,S.A.2005, 64 pp.

ISBN: 972-41-4448-8



O Brincador



Quando for grande, não quero ser médico, engenheiro ou professor.

Não quero trabalhar de manhã à noite, seja no que for.

Quero brincar de manhã à noite, seja com o que for.

Quando for grande, quero ser um brincador.

Ficam, portanto, a saber: não vou para a escola aprender a ser um médico, um engenheiro ou um professor.

Tenho mais em que pensar e muito mais que fazer.

Tenho tanto que brincar, como brinca um brincador, muito mais o que sonhar, como sonha um sonhador, e também que imaginar, como imagina um imaginador...

A minha mãe diz que não pode ser, que não é profissão de gente crescida.

E depois acrescenta, a suspirar: "é assim a vida".

Custa tanto a acreditar.

Pessoas que são capazes, que um dia também foram raparigas e rapazes, mas já não podem brincar.

A vida é assim? Não para mim.

Quando for grande, quero ser um brincador.

Brincar e crescer, crescer e brincar, até a morte vir bater à minha porta.

Depois também, sardanisca verde que continua a rabiar mesmo depois de morta.

Na minha sepultura, vão escrever: Aqui jaz um brincador.


Assim é o texto homónimo de O Brincador, uma obra deliciosa que comemorou os 25 anos de vida literária de Álvaro Magalhães, um autor que recomendo vivamente!
O que podemos ler em “O Brincador” é um conjunto de poemas, onde as palavras saltam, vivas, delicadas…
Esta obra é uma recuperação de poemas já anteriormente publicados em Isto é Que Foi Ser! (1984), O Reino Perdido (1986) e O Limpa-Palavras e outros poemas (2000), onde o autor junta alguns inéditos, e que revelam a beleza da sua escrita.
O Brincador é uma obra única, uma antologia feita de «leves palavras voadoras», de «leves palavras lisas / e lavadas como seixos do rio», que estimulam o gosto pela leitura, pela poesia…
Uma obra para todas as idades…

Texto Informativo



Após terem realizado um trabalho de pesquisa, na área de Estudo do Meio, sobre os malefícios do tabaco, do álcool e da droga foi passado aos alunos um texto informativo “ O Tabaco” com o objectivo de recolherem informações respeitantes ao assunto e de sistematizarem os conhecimentos que haviam alcançado.
De salientar que este tipo de trabalho os auxilia a seleccionar e esquematizar a informação necessária aquando da realização de trabalhos no âmbito da área de Projecto.

O trabalho que os alunos realizaram foi exposto numa exposição na escola no Dia do Não Fumador.




















Projecto/Guião de leitura
Texto narrativo " O Espantalho Enamorado" de Guido Visconti

13 fevereiro, 2009



Uma fábula... para ouvir e deliciar-se...

Aproveitem... Sei que há turmas a trabalhar as fábulas.

Esta está bem gira e com uma ilustração muito interessante.

:)

Sopa e sobremesa de imagens e palavras...

Esta aula aconteceu durante o primeiro período, mas achei por bem partilhá-la, por ter sido muito proveitosa e muito do agrado das crianças, além de que se podem sempre fazer adaptações para outros fonemas/sons...

Nesta aula confeccionaram-se uma sopa e uma sobremesa de imagens e palavras.

Em cima de uma mesa foram colocadas uma panela e uma taça.


Dentro de um saco foram colocadas Folhas A4, dobradas ao meio. De um lado de cada folha encontrava-se uma imagem. Do outro estava escrito o nome dessa imagem, onde se salientou, a cor diferente, a letra t ou a letra p. Nas palavras onde existia a letra p, não existia nenhuma letra t e vice-versa.

Voluntariamente, um aluno de cada vez, retirou do saco, uma dessas folhas, mostrando aos outros colegas apenas a imagem. Os colegas observaram-na, dialogaram acerca dela e por fim pronunciaram o seu nome em voz alta e pausadamente, de modo a conseguirem identificar os fonemas "p" e "t".


Então foi mostrada e observada pelos alunos a palavra escrita, associada à respectiva imagem. Todas as palavras que continham a letra p foram colocadas na panela. As que continham a letra t foram colocadas na taça.




Depois de todas as imagens e palavras terem sido colocadas na panela da sopa e na taça da sobremesa, foram afixadas no quadro da sala de aula. A seguir foram entregues aos alunos duas folhas A4. Numa encontrava-se uma panela desenhada, em tamanho grande e noutra, uma grande taça. Também lhes foram entregues pequenos rectângulos com todas as palavras trabalhadas que eles colaram dentro da panela ou da taça, de acordo com o grafema (p ou t).



EB1 Salvador - 1º ano de escolaridade.

05 fevereiro, 2009

São os meus meninos, dos dois anos anteriores.

Hoje fiquei com eles!

Chovia, chovia lá fora…

No quadro eu escrevi: A chuva é…

Surgiu:

Pinguinhos de água gelada

Água a cair das nuvens

A Natureza

Impedir-nos de brincar

Indicativo do inverno

Engraçada a cair

Uma música

Vida

Encantadora

Mágica

Bonita a cair

Uma escuridão

Transparente

Um lindo arco-íris

Alegre

Ausência de sol

Inspiradora

Inquietação

Friorenta

Fascinante

Impeditiva

Constipadora

Imaginação

fantástica


A chuva, tinham-na caracterizado.

Daqui, partiram à construção de poemas sobre o tema.

Depois ilustraram…

03 fevereiro, 2009

O Veeeentoooo

Desta vez a inspiração chegou depois de termos lido e trabalhado o poema de Jorge Sousa Braga, “O vento”, editado em Herbário por Assírio e Alvim, em 2002:






O vento
Por mais que tente, o vento
Não consegue adormecer
Se não tiver nada para ler.
Seja uma folha de tília,
De bambu ou buganvília.



É por isso que o vent0
Arrasta folhas consigo,
Até encontrar um abrigo,
Onde possa adormecer.
Arrastou até a folha,
Onde eu estava a escrever!






Mas não só o vento veio acordar as musas... De outra obra trabalhada ("O Espantalho Enamorado") rebuscaram-se as palavras que mais encantaram ou impressionaram os alunos.

Com elas, e com o vento a favor, escreveram-se poemas.

E assim sairam as palavras, leves palavras trazidas pelo vento...





A nortada e a brisa


Por mais que tente, a nortada

não consegue sossegar.

Atrás dela, a brisa

corre para a abraçar.



Pela colina abaixo

Numa correria louca

Uma atrás da outra

deslizam sem parar.

E as nuvens a observar...




No alto da colina,

viram um caçador

disparando em seu redor

triunfante e confiante.

então começaram a soprar

até levar o caçador pelo ar...



Diogo, Duarte e Mariana Alves - 4º Ano






As asas do Amor


Por mais que tente, o caçador
não consegue encontrar
o seu amor,
se não tiver simpatia
ou bastante alegria.


É por isso que o caçador
envia ternas mensagens, que,
voando como asas,
alcançam outras paragens.


À espera ficou
de um desejo concretizar.
Para o céu olhou
e viu algo a esvoaçar.
_ Ah! Como é bom saber esperar...

Rafaela, Fátima, Alexandre B., RicardoF. - 4º ano





A nortada e a brisa


Passou um dia uma fria nortada,
quando a brisa resmungava:
_ Pára nortada! Não vês que estou zangada?
_ Desculpa leve brisa, não foi por mal.
Agora podes ficar em paz.
E a nortada foi embora
visitar a sua amiga Aurora.


Na nortada a brisa
não parou de pensar.
Por isso decidiu com ela falar.

Amigas sempre ficaram,
nunca mais resmungaram.


Para a brisa recompensar,
um cachecol a nortada lhe deu
para a abrigar...


Mariana L., Manuel, David, Ângelo - 4º ano




E como as palavras são como as cerejas... vão umas atrás das outras...




Um desejo


Um poema tem
asas para a imaginação
um desejo a brilhar
e muitos amigos
a brincar.

Um amigo apaixonado
e um autor feliz
a escrever este poema
com a ponta do giz...

Luísa C., Viktoriya Zyablenko, Telmo J.




O amor

O amor é feliz.

O amor é paz.
Tem asas que voam
pelo céu
como brisa
que passa por nós
com o desejo de abraçar.

Ai, que o amor anda
pelo ar...

Tiago, Tatiana, Ana


EBI de Santa Maria




P de "Pinóquio", de pai, de pia, de pua...

Este trabalho tem a sua base na exploração do filme "Pinóquio", visionado previamente pelos alunos, aquando da apresentação da letra P.


Após a referida exploração chegaram à frase: "O Gepeto era pai do Pinóquio."

Cada palavra da frase foi pronunciada pausadamente e acompanhada por um batimento com o pé no chão. Os alunos repetiram o exercício contando, em simultâneo, o número de vezes que o pé bateu no chão. Foi, então, explicado aos alunos que cada batimento dos pés corresponde a uma das palavras que formam aquela frase.

Numa segunda etapa, utilizando de novo a primeira frase "O Gepeto era pai do Pinóquio" utilizaram-se rectângulos coloridos explicando que cada rectângulo esconde uma das palavras da frase. Os rectângulos foram afixados no quadro, alinhados da esquerda para a direita.

Repetiu-se o exercício anterior, apontando para cada rectângulo e batendo com o pé no chão, mas sem verbalizar. Só depois é que foi pedido aos alunos para que, à medida que se apontasse para um rectângulo, fossem batendo com o pé no chão e pronunciando as palavras correspondentes, da frase.

Os rectângulos coloridos viraram-se deixando aparecer as palavras constituintes da frase. Procedeu-se ao exercício de globalização das palavras. Na fase seguinte a professora pede aos alunos para identificarem as palavras que a constituem, mas de forma aleatória.

Numa quarta etapa é entregue a um aluno voluntário as seis palavras constituintes da frase que foram antecipadamente baralhadas por um colega. Esse aluno e tendo como modelo a frase colocada no quadro ordena as palavras de modo a construir outra frase igual à do modelo. O mesmo exercício será repetido mas sem a presença do modelo. A frase é então, de novo, lida pelos alunos.

Depois é dar asas à vontade de ler e de escrever...



Turma de 1º ano de escolaridade - EB1 do Salvador

João Porcalhão

A estimulação e o desenvolvimento do interesse pela comunicação escrita deverá ter como ponto de partida o interesse pela comunicação oral, que a antecede e prepara.

Os jogos de linguagem são estratégias sempre presentes na minha sala de aula, de modo a potenciar o desenvolvimento da linguagem em geral e da consciência fonológica em particular. Nestes jogos, as lengalengas, as rimas infantis e os contos rimados desempenham um papel de relevo.


O desenvolvimento da sensibilidade à rima, é um processo precursor de formas mais elaboradas de consciência fonológica. Para tal, e tendo também como intenção despertar nos alunos o gosto pela leitura e pelos livros, trabalhei o livro João Porcalhão, através de uma leitura participada e do reconto oral, tendo ainda como objectivos o “saber ouvir” e o “saber expressar-se com clareza “. Houve ainda o propósito de, em interacção com a Área de Estudo do Meio, sensibilizar os alunos para as boas práticas de higiene e vida saudável.


Depois, foi tempo de deixar fluir as ideias das crianças, através da criação de novas rimas...





Turma do 1º Ano de Escolaridade - EB1 do Salvador